Monday, January 22, 2007

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Nocturno de Chopin

__________________op.9 n2

________chove_______

Friday, January 19, 2007



O meu cão tem cara de pessoa.
O meu filho é bebé de noite e menino de dia. sinto apertos de saudade.
Dele.
Sei-lhe cada traço do rosto, distingo-lhe o cheiro.
O meu cão, com cara de pessoa, olha-me e beija-me.
O meu filho diz coisas supreendentes. cresce.
Sei-lhe de cor cada expressão.
O meu cão só pode ser pessoa.
"Estou do nu", diz-me o meu filho.
O meu filho tem olhos azuis. Resplandecentes.
Pelos olhos dele vejo a luz. De uma vida que já não sei como seria sem ele.
O meu cão olha-me. Com seus olhos de pessoa.

Wake from your sleep,
the drying of your tears,
Today we escape, we escape.
Pack and get dressed
before your father hears us, before all hell breaks loose.
Breathe, keep breathing, don't lose your nerve.
Breathe, keep breathing, I can't do this alone.
Sing us a song, a song to keep us warm, there's such a chill, such a chill.
And you can laugh a spineless laugh,
we hope your rules and wisdom choke you.
And now we are one in everlasting peace,
we hope that you choke, that you choke,
we hope that you choke, that you choke,we hope that you choke, that you choke.

Radiohead, numa das musicas da minha vida...exit music




Wednesday, January 17, 2007

Não suporto os movimentos de esquerda que arraigados de todos os males do mundo, abraçando todos os menosprezados da vida, se arrogam vir para a praça publica, envergando suas vestes thimberland displicente e propositadamente engelhadas, a bater com a mãozinha no peito e a gastar carradas de dinheiro em publicidade, para convencerem o povo para o facilitismo do “sim” ao referendo.

Não suporto as mãezinhas de família, padres, cds pps e afins, que vêm erguer a bandeira do “não” recorrendo a imagens distorcidas e dantescas acompanhadas de discursos de sapiência cristã.

Já o disse. Não pactuo com o facilitismo de um Estado que se demite da sua função. Não pactuo com esta hipocrisia de referendar, novamente, quando o poder legislativo poderia resolver a questão. Não pactuo com a hipocrisia de se fundamentar o referido referendo na alegada distorção do normativo existente. Não pactuo com clínicas de aborto, que sim, é verdade, serão custeadas com o dinheiro dos meus impostos. Não pactuo com a possibilidade de ver jovens porem fim a uma vida.
Não pactuo com os argumentos do “sim”. Porque esta é apenas uma questão de consciência. Sem religião ou cor partidária. Porque esta é uma questão que não se compadece com a arrogância de dizer “ a barriga é minha”, porque não o é. Porque esta é uma questão de vida. Apenas isso. De vida. De duas vidas em “conflito”. Mas em que nenhuma vale menos que a outra. Muito menos quando em causa estão fundamentos diferentes dos plasmados na lei.
E porra não me venham contra argumentar dizendo que então também deveria ser contra a actual lei penal.
Sei perfeitamente a quantidade de abortos ilegais que a esta hora se estão a praticar em condições desumanas.
Mas
Vou votar não. Porque em consciência me doem todos os abortos praticados e não será a legalização dos mesmos que me retirará essa dor. Apenas a agudizará.

Aquele coração Bate para a vida. Apenas para a vida.


"Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não".



Sophia de Mello Breyner Andresen

Thursday, January 11, 2007

às vezes..
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dormir.



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não dizer nada.
______ e o Sol, aconchego______na cara.

Thursday, January 04, 2007

dormir


dormir.
Serenamente como quem apenas sonha.
Regresso-me.
Invejo-me
Deleito-me
Teu respirar.
Eu. Mãe.
Eu. Mãe.
Amando-te.
Revivo-me.
Retorno-me. Amo
.te

Wednesday, January 03, 2007


Não consigo comentar nos blogs amigos.
A vontade para postar não tem sido grande.
O Natal foi feliz mas também cheio de ausências.
A passagem do ano, uma festa sem graça que vale apenas o que vale.
Um problema no braço levou-me para a acupunctura.
E os meus dias andam sinceramente tristonhos. Visceralmente desinteressantes e sobretudo imbuidos num estado de letargia angustiante.
Um Bom ano.
imagem: Eva Rollin