Às vezes, muitas, comovo-me.
Caem as lágrimas. De alegria, de tristeza, na contemplação de uma qualquer perfeição, na audição da melodia, na leitura da escrita. Comovo-me intensamente, diversas vezes, mais que desejáveis, mais que correctas, mais que elegantes, mais que socialmente convenientes.E sem vergonha continuo a gostar desta lágrima que teima em sair quando olho aquele quadro, leio aquele poema oiço aquela canção...Beatriz de Chico Buarque, uma Fascinação como a de Elis. 

"Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão~
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz"
Beatriz de Chico Buarque