Traição
Mas porque é que no outro dia, eu não comprei o disco do Carlos PAredes que tanto me apetecia ouvir?
Mas porque é que justamente hoje fui a um blog que tinha uma banda sonora de Carlos Paredes reportada a um dia algures na semana passada?
Mas porque é que depois de tantos anos internado, tantos anos meio vivo, meio esquecido, tanta gente foi hoje visitar o Carlos Parede na Basiliica da Estrela?
Mas porque é que é negada a possibilidade de sermos imortais e de nos perpetuarmos, a nós enquanto seres humanos, espirituais, matéria e carne, para além do tempo?
Mas porque é que não há um conjunto de serzinhos fabulosamente tocados pela magia que fiquem para sempre vivos?
Mas porque é que morreu Van Gogh?
Mas porque é que se negou a todos nós portugueses a possibilidade de ouvir uma guitarra a emitir sons imaculados?
Mas porque é que houve de repente um tão inquietante silêncio?
A morte, tal como já disseram, não deixa de ser uma traição de merda.
Mas porque é que justamente hoje fui a um blog que tinha uma banda sonora de Carlos Paredes reportada a um dia algures na semana passada?
Mas porque é que depois de tantos anos internado, tantos anos meio vivo, meio esquecido, tanta gente foi hoje visitar o Carlos Parede na Basiliica da Estrela?
Mas porque é que é negada a possibilidade de sermos imortais e de nos perpetuarmos, a nós enquanto seres humanos, espirituais, matéria e carne, para além do tempo?
Mas porque é que não há um conjunto de serzinhos fabulosamente tocados pela magia que fiquem para sempre vivos?
Mas porque é que morreu Van Gogh?
Mas porque é que se negou a todos nós portugueses a possibilidade de ouvir uma guitarra a emitir sons imaculados?
Mas porque é que houve de repente um tão inquietante silêncio?
A morte, tal como já disseram, não deixa de ser uma traição de merda.
3 Comments:
E quando a morte ceifa génios... pessoas valerosas ainda custa mais....
quem nos roubou Carlos Paredes foi a doença não a morte.
a morte veio por um ponto final no sofrimento.
a condenação de qualquer pessoa ao sofrimento de tantos anos é que é uma enorme injustiça.
descanse em paz.
beijos,
M&M
Morremos porque precisamos de finalmente perceber o altruismo, o verdadeiro altruismo, aquele que nos leva a sermos nós nos outros, nas coisas, em tudo. Nós somos um conjunto infinito de imagens, tanto a que temos de nós próprios, como a que tantos outros têm de nós. Somos muito mais do que dizemos ser, dizemos conhecer em nós. Somos o infinito e no infinito estamos desde sempre. A morte parece-me a inevitabilidade de passagem de um estado de consciência, no sentido que acabei de descrever. Deixamo a nossa imagem de nós para sermos a imagem que deixamos (que somos) no espaço.
Gostaria de te epxlicar isto melhor. Mais do que isso, gostaria de me perceber melhor. Mas... pode ser que pelos tais passos de magia que por aí andam, tu me precebas melhor que eu próprio, ou formes uma imagem de mim bem melhor do que a que eu próprio agora tive.
Será que me fiz perceber? Será que me percebi?
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