Monday, September 11, 2006

09/11

























O homem tem esta natureza.
Inegavel e intrinsecamente animal. animal cruel, predador, calculista, desprovido, seco. Iena.
O homem tem esta natureza. A reflexão, a emoção, o humanismo, a dor, o sentimento, perda, o choro e a memória.
O homem tem a espiritualidade, a religiosidade, a crença, o fanatismo, a intolerância.
O homem tem na sua natureza, a guerra, o poder, o domínio, o terrorismo, o mal, a seiva.

O homem ergue, inventa, constrói, realiza, idealiza, empreende, faz, sonha.
TUDO aqui, numa amálgama do ser.

Quando precisamente no ano de 2001, em Março, olhei pela primeira vez as torres do world trade center, naquela imensa sobriedade intemporal, naquela arquitectura irrepreensível de tão clean, naquela sua majestade sobranceira ao rio hudson, no seu perfeito enquadramento urbanístico, acreditei no poder do homem em criar obra. Inabalável. Arraigada. Indestrutível.
Passados meses, tal como elas, a minha certeza ruiu. Tal como os valores, tal como a crença nos homens.
Lembro-me que chorei. Como hoje, na reminiscência dos gritos que adivinho se fizeram ouvir, no desespero das imagens das pessoas que se atiraram para a morte, na lembrança da dor dos que perderam ali os seus. A crueldade das imagens dos acontecimentos de 11.09, farão sempre parte da minha memória.

Que ardam no inferno aqueles que acharam que com aquele acto haviam ganho um qualquer recanto no éden.

3 Comments:

Blogger geno said...

Tu percebeste o propósito da citação de Hitler. =)

O Homem destrói. Antes de construir.
Sempre foi assim. Sempre será.
Com tudo.

Que ardam.

beijos

5:27 PM  
Blogger Nuno Guronsan said...

As melhores palavras são aquelas que vêm directamente do nosso âmago. Aquelas que nos dilaceram o coração e a alma e precisam de ser expulsas cá para fora para não nos asfixiarem. Obviamente assino por baixo.

Beijos.

1:54 PM  
Blogger Taliesin said...

Depois dos ataques terroristas cometidos no dia 11 de Setembro de 2001,a delgada linha que supostamente separa as fronteiras da crueldade humana, tornou-se difusa. Estes ataques iludem mesmo os nossos intentos de classificá-los em alguma das categorias com que pensamos da crueldade humana. Mesmo correndo o risco de denominar tal acto de uma loucura barbárie, parece-me que este constitui uma expressão inédita. A causa das suas massivas consequências e suas difusas origens, de uma enigmática categoria de actos que são devidos ao suposto “mal radical” da existência do paraíso.

Beijos e não foste a unica a chorar...

2:18 PM  

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