Monday, July 05, 2004

Gosto da vida que tenho

“(...) E agora a dor de ser já quem se não queria, ultrapassada a irremediável distância que vai do desejo ao seu fim, sem nada mais poder adivinhar. Saudades de mim. De quem nunca fui(...)”

Quase gosto da vida que tenho.
Pedro Paixão.

Como disse Pedro Mexia, critico literário (mmmmm), é tão fácil gostar do Pedro Paixão, como detestar. Eu faço parte dos que gostam. Dirão os mais ferrenhos intelectuais, que esta escrita é demasiadamente fácil, simples, linear. Que é sentimentaloide, que é escrita para venda, que é saldo de romance, que é margarida rebelo pinto na forma masculina despida de futilidades. Eu gosto. E não acho nada disso. E é fácil, sim senhor e até vem na forma de livrinho fininho!! Muito sinceramente estou-me marimbando para as adjectivações dos outros e para aquilo que os outros pensam e hoje apeteceu-me escrever Pedro Paixão. Sim, e até gosto do nome ...paixão...

Pela primeira vez o meu bebé tem estado doente. Tem uma viroso parva, prima do herpes que o resolveu assaltar este fim de semana. Chamam-lhe a quinta doença tal a vulgaridade da sua presença nas crianças. Não sabia nada disto. Ver o meu bebé com febre que não teimava em partir roubou-me as horas de sono e de sossego. Ficamos assim, estarrecidos de medo, orando para que passe depressa, pedindo a Deus ( sim, Deus parece estar muito mais presente desde há seis meses para cá...) para que não seja nada. Já está tudo bem, mas o facto é que isto me retirou a força anímica para escrever mais o que quer que seja.

Fiquem bem, os que ousaram aqui vir. Curiosamente ainda menos do que imaginei.

4 Comments:

Blogger Andre Frazao said...

Vim de Sopro até aqui, e este jardim está com ar de quem me vai fazer voltar. O tempo de gestação de um blog é longo e vê-lo crescer aos poucos, mais do que natural, começa a tornar-se num prazer. Parabéns pelas palavras, delícias de quem as lê.

5:36 PM  
Blogger SK said...

Bem, quanto á questão da validade dos críticos já me pronunciei vezes sem conta. E fico sempre com uma frase de um dos meus gurus, também ele mal amado durante muito tempo, mas recentemente aclamado com um dos grandes prémios:
"FAças o que fizeres, seja escrever, cantar, dançar ou pintar, haverá sempre alguém cuja determinação assenta em fazer-te sentir mal com o que produziste. Em envergonhar-te e deixar-te a pensar nas justificações para aquilo que fizeste com o teu talento, e porque o desperdiças".
Normalmente quando vais ver o que esses tipos produzem, ficas surpreendido com a fragilidade daquilo que deveria ser uma obra prima para sustentar tanta prosápia detractora.
A Poe chamavam-lhe "o homem das rimas".
A Bronte, na altura Ellis BEll, se não me engano, diziam que escrevera um romance demasiado obscuro e tortuoso.
Hoje são duas figuras de proa da literatura mundial, imortais e influenciadores de todos aqueles que simplesmente querem atrever-se a contar uma história que lhes passou pela mente.
Claro que a crítica pode existir. Mas penso que o reforço da subjectividade é muitas vezes esquecido, e os críticos querem forçosamente passar por doutrinadores, o que é péssimo, porque no fundo, é uma impostura.

Grande Beijo!

P.S. -. Cumprimentos meus aos teus três mosqueteiros.

6:05 AM  
Blogger Ella said...

Pois eu também vim de Sopro... e já não é a primeira vez.
As doenças dos bebés são terríveis, mas, infelizmente, vamo-nos habituando, e, desde que seja apenas uma doença comum, com o tempo, deixamos de sofrer tanto...
Achei graça a encontrar por aqui uma P.J. Outra!

9:20 AM  
Anonymous Anonymous said...

(bom, isto dos comentários tá complicado.)

linda,
depois da loooonnnnga conversa telefónica, este pulinho é só para te dar as boas vindas ao bairro.
aqui, vais ver, quase não há longe nem distância e quando menos esperares estás viciada na procura, no encontro, em toda esta partilha.
tudo de bom nesta nova aventura. beijo grande, Manel.

2:30 PM  

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